O Papa Bento XVI surpreendeu o mundo ao anunciar que deixará a liderança da Igreja Católica no fim do mês, renunciando ao papado. Aos 85 anos, ele alegou falta de forças.
A última renúncia de um papa foi há quase 600 anos.
Georg Gaenswein vai acompanhar o pontífice após sua renúncia.
Papa fez declaração durante encontro com padres em Roma.
O padre Lombardi disse que as baterias do marcapasso foram trocadas há três meses, em uma intervenção pequena, mas que isso não influiu na decisão da renúncia papal.Renúncia histórica
Bento XVI ANUNCIOU A RENUNCIA PESSOALMENTE, falando em latim, durante um encontro de cardeais no Vaticano, na segunda-feira. O conclave de cardeais deve escolher o novo Papa até a Páscoa, prevê o Vaticano.
O pontífice afirmou que está "totalmente consciente" da gravidade de seu gesto.O Vaticano negou que uma doença seja o motivo da renúncia.
O Papa era aguardado no Rio de Janeiro em julho deste ano, onde iria participar da jornada mundial da juventude, que vai reunir jovens católicos do mundo inteiro.Bento XVI escreveu três encíclicas: "Deus caritas est" (Deus é caridade, 2005), sobre a caridade e o amor divino, "Spe salvi" (Salvos pela esperança, 2007), na qual faz uma autocrítica ao cristianismo moderno e analisa principalmente o pessimismo e o materialismo que sacode os europeus, e "Caritas in veritate" (Na caridade e na verdade, 2009).
A última renúncia de um papa foi há quase 600 anos.
Era aparentemente um encontro normal do papa com os cardeais, no Palácio Apostólico, na sala do consistório. Segundo o relato de um cardeal mexicano, primeiro Bento XVI confirmou e deu a data de três canonizações.
Depois, pegou um papel e leu a carta, em latim, onde anunciava que ia deixar o cargo.
“Queridos irmãos, convoquei vocês para comunicar uma decisão de grande importância para a vida da igreja. Depois de ter repetidamente examinado minha consciência perante Deus, eu cheguei à certeza de que minhas forças, devido à minha idade avançada, não são mais adequadas para o exercício do ministério de Pedro”, afirmou o papa.
O papa disse também que, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças, é necessário o vigor do corpo e do espírito, e que nos últimos meses ele sentiu que suas forças se deterioravam, ao ponto de ter que reconhecer a incapacidade de cumprir o trabalho que lhe foi confiado. Bento XVI falou que, por essa razão, e ciente da gravidade da renúncia, ele deixava o cargo. Disse ainda que a partir do dia 28 de fevereiro, às 20h, pelo horário de Roma, seu lugar estará vago. Um conclave para escolher um novo papa será, então, convocado.
Em seguida, o Papa se levantou, abençoou a todos e deixou a sala. Os cardeais ficaram em silêncio, surpresos com a notícia. Foi o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, que falou para os jornalistas das circunstancias dessa decisão.
Disse que a grande maioria não sabia da decisão do papa e que Bento XVI vai ficar no Castelo Gandolfo, residência de verão, e que depois vai viver em um dos prédios do Vaticano, fora dos aposentos papais. Também continuará a serviço da igreja, com suas preces e reflexões.
O irmão mais velho do papa, Georg Ratzinger, que vive na Alemanha, disse que há alguns meses já sabia da renúncia, e que Bento XVI foi aconselhado pelos médicos a não viajar.
Bento XVI tinha 78 anos, quando foi eleito. Era o papa mais velho dos últimos três séculos. Até agora, não foi divulgado se ele tem alguma doença grave. Tudo o que se sabe é que o papa sofre de reumatismo e artrite, doenças comuns na idade dele, mas que dificultam muito as viagens exigidas pelo cargo.
Fonte o Globo
Secretário pessoal do
Papa continuará
a serviço de Bento XVI
Georg Gaenswein vai acompanhar o pontífice após sua renúncia.
Ele continuará exercendo suas funções no Vaticano.
O secretário pessoal do Papa, o arcebispo alemão Georg Gaenswein, vai acompanhar Bento XVI em sua residência de verão de Castelgandolfo, nos arredores de Roma, onde se instalará temporariamente após sua renúncia em 28 de fevereiro, indicou o Vaticano nesta quinta-feira (14).
O religioso, entre as pessoas mais próximas ao Papa, continuará a liderar a Casa Pontifícia sob o novo papado, indicou a mesma fonte, o que levantou questões.
Georg Gaenswein foi nomeado em dezembro prefeito da Casa Pontifícia, o organismo que reúne os colaboradores do Papa, organiza sua agenda e alguns aspectos de sua vida pessoal.
A nomeação foi uma promoção para o religioso, de 56 anos, que goza da total confiança de Bento XVI.
Gaenswein, ordenado bispo em 6 de janeiro e promovido a arcebispo no mesmo dia, mantendo a sua posição na Casa Pontifícia, será fundamental para a entronização do novo Papa a ser eleito no conclave, que terá início em meados de março.
O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse em uma coletiva de imprensa que o papel de prefeito da Casa Pontifícia é principalmente logístico e não tem influência sobre as decisões da Igreja.
No entanto, de acordo com vários observadores, o fato de Gaenswein permanecer no cargo e ainda ser secretário pessoal de Bento XVI poderia criar confusão sobre o seu papel e influência entre os dois Papas.
Bento XVI afirma que vai ficar
'escondido do mundo'
após renúncia
Papa fez declaração durante encontro com padres em Roma.
Ele afirmou que estará sempre perto de todos.
O Papa Bento XVI indicou nesta quinta-feira (14) que pode ficar em isolamento, longe dos olhares públicos, após deixar o papado no final do mês.
"Mesmo me retirando para rezar, estarei sempre perto de todos vocês e tenho certeza que vocês estarão perto de mim, mesmo se eu permanecer escondido do mundo", disse ele em declaração de improviso a padres da diocese de Roma.
Bento XVI pediu nesta quinta uma "verdadeira renovação" da Igreja Católica, durante encontro com sacerdotes da Diocese de Roma.
A reunião já prevista, mas ela teve seu significado ampliado, já que será a última vez que se reúne com eles antes de renunciar ao pontificado, o que deve ocorrer em 28 de fevereiro.
"Temos que trabalhar para que se realize verdadeiramente o Concílio Vaticano II e se renove a Igreja", disse.
Os bispos auxiliares da diocese e as centenas de sacerdotes receberam o papa alemão com aplausos, vivas e outras demonstrações de carinho.
O papa entrou apoiado em um bastão, enquanto os aplausos se mesclavam com o canto 'Tu sei Petrus' (Tu és Pedro).
Bento XVI respondeu com um largo sorriso e dando várias vezes obrigado pelas mostras de carinho.
Bem humorado, ele contou piadas e falou sobre episódios de seu passado.
Secretário
O secretário do Papa e prefeito regional da Casa Pontifícia, Georg Gänswein, e as quatro laicas consagradas da comunidade "Memores Domini" que cuidam do pontífice acompanharão Bento XVI durante sua estadia em Castelgandolfo e depois no mosteiro do Vaticano onde ele vai morar.
A informação foi dada pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, que afirmou que Gänswein continuará como prefeito regional da Casa Pontifícia, mas viverá no mesmo mosteiro que o papa.
Lombardi afirmou que, mesmo quando Bento XVI não for mais papa, sua segurança será feita pela gendarmaria vaticana.
O secretário do Papa e prefeito regional da Casa Pontifícia, Georg Gänswein, e as quatro laicas consagradas da comunidade "Memores Domini" que cuidam do pontífice acompanharão Bento XVI durante sua estadia em Castelgandolfo e depois no mosteiro do Vaticano onde ele vai morar.
A informação foi dada pelo porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, que afirmou que Gänswein continuará como prefeito regional da Casa Pontifícia, mas viverá no mesmo mosteiro que o papa.
Lombardi afirmou que, mesmo quando Bento XVI não for mais papa, sua segurança será feita pela gendarmaria vaticana.
Lombardi disse também que ainda não há uma "indicação precisa" sobre o título que Bento XVI receberá assim que deixar o pontificado.
Questionado se perderá o nome de Bento XVI, Lombardi negou, afirmando que esse foi seu nome de papa e será mantido, "como é normal e lógico".
Questionado se perderá o nome de Bento XVI, Lombardi negou, afirmando que esse foi seu nome de papa e será mantido, "como é normal e lógico".
'Divisões' da Igreja
Na véspera, durante a Missa de Quarta-Feira de Cinzas, o Papa afirmou que a Igreja "está desfigurada" pela "divisões em seu corpo eclesiástico".
Na véspera, durante a Missa de Quarta-Feira de Cinzas, o Papa afirmou que a Igreja "está desfigurada" pela "divisões em seu corpo eclesiástico".
"A qualidade e a verdade da relação com Deus é o que certifica a autenticidade de todos os sinais religiosos", disse o pontífice no sermão.
Depois, ele denunciou a "hipocrisia religiosa, o comportamento dos que querem aparentar, as atitudes que buscam os aplausos e a aprovação".
'Pelo bem da Igreja'
Mais cedo, na primeira fala em público desde que anunciou sua renúncia, ele disse que tomou a decisão de abandonar o pontificado "em plena liberdade, pelo bem da Igreja".
Mais cedo, na primeira fala em público desde que anunciou sua renúncia, ele disse que tomou a decisão de abandonar o pontificado "em plena liberdade, pelo bem da Igreja".
Bento XVI disse que "orou arduamente e examinou sua consciência" antes de tomar a decisão.
O pontífice alemão, de 85 anos, reiterou que está consciente da gravidade da decisão, mas também que está consciente da diminuição de suas forças espirituais e físicas.
Ele disse ter certeza que a Igreja iria sustentá-lo com orações e que Cristo continuará sendo seu guia.
Na audiência, o Pontífice recebeu no Vaticano mais de 3.500 fiéis e peregrinos para a sua catequese e fez a saudação em várias línguas, entre as quais o português, falando sobre o período da Quaresma (assista no vídeo acima). Ele agradeceu à presença de fiéis, citando literalmente as cidades de Curitiba e Porto Alegre.
Na terça-feira, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse que o Papa Bento XVI está usando um marcapasso cardíaco "há algum tempo", mas que seu estado de saúde é bom e que ele estava "lúcido e sereno" quando tomou a histórica decisão de encerrar precocemente seu pontificado.
O padre Lombardi disse que as baterias do marcapasso foram trocadas há três meses, em uma intervenção pequena, mas que isso não influiu na decisão da renúncia papal.Renúncia histórica
Bento XVI ANUNCIOU A RENUNCIA PESSOALMENTE, falando em latim, durante um encontro de cardeais no Vaticano, na segunda-feira. O conclave de cardeais deve escolher o novo Papa até a Páscoa, prevê o Vaticano.
"Isso não influiu na decisão, as razões estavam na sua percepção de que sua força tinha diminuído com a idade avançada", disse.
A informação sobre o marcapasso papal, que não era de conhecimento público, havia sido adiantada pelo jornal italiano "Il Sole 24 Ore", que afirmou que o papa usava o artefato havia dez anos.
Lombardi também confirmou informação dada na véspera, de que Bento XVI vai manter a agenda de trabalho até dia 28, quando vai renunciar.
Isso inclui uma audiência com o presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, no próximo sábado (16).
A última audiência pública do papa, no dia 27, será na Praça de São Pedro, no Vaticano, para permitir que os fiéis possam assisti-la e se despedir do Papa.
O porta-voz também reafirmou que Bento XVI não vai interferir na escolha de seu sucessor, deixando os cardeais livres para decidirem. Federico disse que, após a renúncia, Bento XVI não terá nenhum papel na chefia da Igreja Católica.
Renúncia
O surpreendente discurso da renúncia, a primeira de um papa em séculos, foi feito entre as 11h30 e 11h40 locais (8h30 e 8h40 do horário brasileiro de verão), segundo o Vaticano.
O surpreendente discurso da renúncia, a primeira de um papa em séculos, foi feito entre as 11h30 e 11h40 locais (8h30 e 8h40 do horário brasileiro de verão), segundo o Vaticano.
A Santa Sé anunciou que o papado, exercido pelo teólogo alemão desde 2005, vai ficar vago até que o sucessor seja escolhido, o que se espera que ocorra "o mais rápido possível" e até a Páscoa segundo o porta-voz Federico Lombardi.
O pontífice afirmou que está "totalmente consciente" da gravidade de seu gesto.O Vaticano negou que uma doença seja o motivo da renúncia.
"Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com total liberdade declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro", disse Joseph Ratzinger.
Na véspera, Bento XVI escreveu em sua conta no Twitter: "Devemos confiar no maravilhoso poder da misericórdia de Deus. somos todos pecadores, mas Sua graça nos transforma e renova".
Sucessor de João Paulo II, Bento XVI havia assumido o papado em 19 de abril de 2005, com 78 anos.
O Vaticano afirmou que a renúncia vai se formalizar às 20h locais de 28 de fevereiro (17h do horário brasileiro de verão), uma quinta-feira.
Até lá, o Papa estará "totalmente encarregado" dos assuntos da igreja e irá cumprir os compromissos já agendados, segundo a Santa Sé.
Decisão surpreendente
O porta-voz do Vaticano disse que a decisão do Papa surpreendeu a todos do seu círculo mais próximo.
O porta-voz do Vaticano disse que a decisão do Papa surpreendeu a todos do seu círculo mais próximo.
Lombardi também disse que Bento XVI não vai participar do conclave.Lombardi afirmou que, após a renúncia, Bento XVI vai à residência papal de verão, em Castel Gandolfo, próximo a Roma, e depois irá morar em um mosteiro dentro do Vaticano, que vai ser reformado para recebê-lo.
O porta-voz afirmou que Bento XVI mostrou "grande coragem" no seu gesto e descartou que uma depressão tenha sido o motivo da renúncia.
Lombardi também descartou que Bento XVI vá interferir no papado de seu sucessor.
Aparência frágil
Nos últimos meses, o Papa parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar.
Nos últimos meses, o Papa parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar.
Em seu livro de entrevistas publicado em 2010, Bento XVI já havia falado na possibilidade de renunciar, caso não estivesse em condições de exercer o cargo.
Georg Ratzinger, irmão do Papa, afirmou à France Presse que o pontífice já planejava a renúncia já alguns meses.
O diretor do jornal do Vaticano, o 'L'Osservatore Romano', Giovanni Maria Vian, disse que a decisão foi tomada a quase um ano.
Crises no pontificado
Bento XVI, ou Joseph Ratzinger, foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história.
Bento XVI, ou Joseph Ratzinger, foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história.
Ele foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais idoso do que seu predecessor quando foi eleito.
O papado do conservador alemão foi marcado por algumas crises, com várias denúncias de abuso sexual de crianças e adolescentes e acobertamento por parte do clero católico em vários países, que abalou a igreja, por um discurso que desagradou aos mulçumanos e também por um escândalo envolvendo o vazamento de documentos privados por intermédio de seu mordomo pessoal, o chamado "vatiLeaks",que revelou os bastidores da luta interna pelo poder na Santa Sé.
Os escândalos de pedofilia o levaram, em várias ocasiões, a expressar um pedido de perdão público às vítimas e parentes e a reconhecer, durante sua viagem em Portugal,em maio de 2010, que a maior perseguição que sofria a Igreja não vinha de seus "inimigos externos" e sim de seus "próprios pecados". Na ocasião, ele prometeu que os culpados responderiam "ante Deus e a justiça ordinária" pelos crimes.
Como Papa, Bento XVI tomou medidas que confirmaram o seu perfil conservador, como autorizar a missa em latim, em setembro de 2007.
Em janeiro de 2009, ele suspendeu a excomunhão de quatro bispos integristas do movimento ultraconservador de Marcel Lefebvre, entre eles o britânico Richard Wiliasmson,que nega a existência do Holocausto nazista.
Em duas ocasiões, Bento XVI visitou a América Latina.
A primeira em maio de 2007, para assistir à assembleia geral da Conferência Episcopal da América Latina e do Caribe (Celam), celebrada na cidade de Aparecida,São Paulo.
Nessa ocasião, ele negou que a religião católica tivesse sido imposta pela força aos povos americanos, o que lhe valeu duras críticas de religiosos e laicos que recordaram as atrocidades cometidas pelos conquistadores da América em nome da fé.
Ele também canonizou Frei Galvão, primeiro Santo Brasileiro.
Em março de 2012, ele visitou o México e Cuba, onde defendeu a liberdade e os direitos da Igreja e recordou a primeira e histórica visita de João Paulo II à ilha comunista em 1998.
Nas questões morais, ele se manteve inflexível como seu antecessor.
Em nome da defesa da vida, Bento XVI manteve a condenação do aborto, da manipulação genética, da eutanásia e do casamento gay.
Segundo ele, o cristianismo só é crível se for exigente. Bento XVI prefere uma Igreja minoritária e convencida a uma grande comunidade de fé vaga.
Livros e encíclicas
Entre 2007 e 2012, o papa teólogo publicou três livros sobre a vida de Jesus, a partir de dados fundamentais oferecidos nos Evangelhos e em outros escritos do Novo Testamento.
Entre 2007 e 2012, o papa teólogo publicou três livros sobre a vida de Jesus, a partir de dados fundamentais oferecidos nos Evangelhos e em outros escritos do Novo Testamento.
Neles, reflete sobre a figura de Jesus Cristo na qualidade de teólogo, não como sumo pontífice da Igreja Católica, um imponente exercício intelectual, que, além disso, foi um êxito internacional de vendas.
O Papa era aguardado no Rio de Janeiro em julho deste ano, onde iria participar da jornada mundial da juventude, que vai reunir jovens católicos do mundo inteiro.Bento XVI escreveu três encíclicas: "Deus caritas est" (Deus é caridade, 2005), sobre a caridade e o amor divino, "Spe salvi" (Salvos pela esperança, 2007), na qual faz uma autocrítica ao cristianismo moderno e analisa principalmente o pessimismo e o materialismo que sacode os europeus, e "Caritas in veritate" (Na caridade e na verdade, 2009).
A Arquidiocese do Rio afirmou que a renúncia do Papa não vai mudar a programação do evento O Vaticano vai fazer uma cerimônia de despedida para Bento XVI antes do término de seu pontificado, à qual devem comparecer fiéis de todo o mundo e autoridades "de muitos países", disse o cardeal decano, Angelo Sodano.
Leia a íntegra do discurso em que o Papa anunciou sua renúncia:
"Caros irmãos:
Convoquei-os para este consitório, não apenas para as três canonizações, mas também para comunicar a vocês uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Após ter repetidamente examinado minha consciência perante Deus, eu tive certeza de que minhas forças, devido à avançada idade, não são mais apropriadas para o adequado exercício do ministério de Pedro. Eu estou bem consciente de que esse ministério, devido à sua natureza essencialmente espiritual, deve ser levado não apenas com com palavras e fatos, mas não menos com oração e sofrimento. Contudo, no mundo de hoje, sujeito a mudanças tão rápidas e abalado por questões de profunda relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e proclamar o Evangelho, é necessário tanto força da mente como do corpo, o que, nos últimos meses, se deteriorou em mim numa extensão em que eu tenho de reconhecer minha incapacidade de adequadamente cumprir o ministério a mim confiado. Por essa razão, e bem consciente da seriedade desse ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério como Bispo de Roma, sucessor de São Pedro, confiado a mim pelos cardeais em 19 de abril de 2005, pelo qual a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20h, a Sé de Roma, a Sé de São Pedro, vai estar vaga e um conclave para eleger o novo Sumo Pontífice terá de ser convocado por quem tem competência para isso.
Caros irmãos, agradeço sinceramente por todo o amor e trabalho com que vocês me apoiaram em meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. E agora, vamos confiar a Sagrada Igreja aos cuidados de nosso Supremo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo, e implorar a sua santa mãe Maria para que ajude os cardiais com sua solicitude maternal, para eleger um novo Sumo Pontífice. Em relação a mim, desejo também devotamente servir a Santa Igreja de Deus no futuro, através de uma vida dedicada à oração.
Vaticano, 10 de fevereiro de 2013.
BENEDICTUS PP. XVI"
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SEJAM BEM VINDOS IRMÃOS, QUE A GRAÇA , PAZ E O AMOR DE CRISTO ESTEJAM SEMPRE CONVOSCO.