A mulher no centro da
cerimônia (sendo ordenada na foto) não quis ser identificada
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A
reportagem da BBC foi autorizada a presenciar a cerimônia com a
condição de não revelar o local exato onde o evento foi realizado
e não identificar a mulher ordenada.
A
cerimônia - que não é reconhecida pelo Vaticano - ocorreu cerca de
dois meses depois da escolha do cardeal Joseph Ratzinger como Papa
Bento 16.
Cerca
de uma dúzia de homens e mulheres participaram da ordenação e as
palavras ditas eram quase idênticas às definidas pela Igreja
Católica Apostólica Romana para tal ritual.
Desafio
Antes
da solenidade, a jovem ordenada padre admitiu que estava preocupada
com o desafio feito à Igreja.
"Mas
eu espero que dentro de cinco anos, dez anos, as coisas mudarão
porque há muitas mulheres que gostariam de seguir o mesmo caminho e
o caminho será um pouco melhor para elas."
Ela
pediu que não fosse identificada por medo de perder seu emprego como
professora de educação religiosa.
Patricia foi "ordenada"
há três anos e excomungada
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Patricia,
umas das mulheres que ficaram conhecidas como As Sete do
Danúbio, participou como sacerdote da cerimônia presenciada
pela BBC.
Usando
o título de bispo, Patricia, que foi freira dominicana por 45 anos,
defendeu o direito de ordenação das mulheres.
"Eu
estudei tanto quanto os homens e fui excluída do sacerdócio. É tão
injusto", disse Patricia, uma sul-africana branca que cresceu
durante o apartheid.
"Uma
das formas de derrubar uma lei injusta é violá-la."
Confrontada
com o argumento de que a Igreja diria que as leis de Deus não podem
ser questionadas, Patricia argumentou que não há nada nas
escrituras que proíba mulheres de ser padres.
Cerimônia foi ilícita e
inválida, diz Igreja
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"Decisão
divina"
O
presidente do Conselho Pontíficio para a Comunicação Social,
arcebispo John Paul Foley, contestou o argumento de Patricia.
"Como
homem, eu não posso conceber... isso é injusto? Por decisão
divina... não há diferença."
Segundo
Foley, se é biologicamente impossível para um homem conceber, é
"teologicamente impossível" que uma mulher seja padre.
Foley
afirmou que a cerimônia presenciada pela BBC não era "apenas
ilícita, mas inválida".
Um
dia depois da cerimônia, a reportagem da BBC visitou a igreja local
durante a missa e não conseguiu encontrar nenhum fiel que se
opusesse à idéia da ordenação de mulheres.
Mas
"a questão é o que Jesus quer. O que revelou e o que a Igreja
ensina. Essa é a norma pela qual nos devemos guiar. Não por
pesquisas de opinião", argumentou Foley
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